A posição filosófica de que o conhecimento humano é uma
construção do homem, tanto coletiva, como individual, é bastante antiga. Mas neste
século, Piaget foi o pioneiro do enfoque construtivista á cognição humana. Seus
estudos apontam para uma teoria construtivista do desenvolvimento cognitivo
humano. Algumas de suas obras datam da década de 20, mas apenas bom tempo
depois, na década de 70, digamos que Piaget foi “redescoberto”, começando assim
a ascensão do cognitivismo e o declínio do behaviorismo.
Piaget descreveu os períodos de desenvolvimento metal, e
os distinguiu em quatro períodos gerais de desenvolvimento cognitivo: sensório-motor, pré-operacional,
operacional-concreto, operacional-formal. Sendo esses períodos subdivididos em estágios ou
níveis.
O período Sensório-motor vai do nascimento até cerca de
dois anos de idade. Logo após o nascimento , a criança apresenta uns poucos
comportamentos do tipo reflexo, tais como sucção, preensão, choro e atividade
corporal indiferenciada. A criança neste estágio, não diferencia o seu eu do
meio que a rodeia: ela é o centro e os objetos existem em função dela, suas
ações não são coordenadas, cada uma delas é ainda algo isolado e única
referencia comum e constante é o próprio corpo da criança.
No fim do período sensório-motor, começa a descentralizar
as ações em relação ao próprio corpo e a considera-lo como um objeto entre os
demais. Podendo assim começar a manejar objetos para satisfazer fome ou
curiosidade e é capaz de imitar vários comportamentos adultos.
No período pré-operacional, que vai dos dois anos aos
seis ou sete ano, com o uso da linguagem, dos símbolos e imagens mentais,
inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento mental da criança. Seu pensamento
começa a se organizar, mas não é nada reversível, ou seja, não é capaz de
percorrer um caminho cognitivo e, após, percorrê-lo mentalmente em sentido
inverso , de modo a reencontrar o ponto de partida não modificado, sua atenção
volta-se para os aspectos mais atraentes dos acontecimentos e suas conclusões
são também as mais atraentes perceptualmente. Podendo portanto cair facilmente
em contradição.
No período operacional-concreto, de sete ou oito anos até
onze ou doze anos, verifica-se uma descentração progressiva em relação á
perspectiva egocêntrica que caracterizava a criança até então. Ela entra,
progressivamente em um mundo de várias perspectivas. O pensamento agora mais
organizado possui características de uma lógica de operações reversíveis. Durante
este período, a criança ganha precisão no contraste e comparação de objetos
reais e torna-se capaz de predizer qual o recipiente que contém mais água por
exemplo. Entretanto , embora suas explicações e previsões não sejam mais baseadas
em uma perspectiva egocêntrica, seu pensar esta ainda grandemente limitado: as
operações são, de fato concretas, isto é, incidentes diretamente sobre objetos
reais.
Entre onze e doze anos, inicia-se o quarto e último
período de desenvolvimento mental que passa pela adolescência e prolonga-se até
a idade adulta: é o período das operações formais. A principal característica deste
período é a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas com
objetos concretos. O adolescente torna-se capaz de fazer raciocínios
hipotético-dedutivos. A dedução lógica é um de seus novos instrumentos, ele passa a buscar hipóteses gerais que possam
explicar fatos observáveis que tenham ocorrido.
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